1000 jogos de Ceni. Quando um jogador é mais importante que um clube.

Por Fernando Cordeiro.

Olá. Estava lendo os sites de esportes hoje e uma notícia em comum em todos eles: os 1000 jogos de Rogério Ceni com a camisa bambina. Um dia antes da partida, mais de 60 mil ingressos já haviam sido esgotados para esse jogo, que acontecerá nesta quarta, feriado de 7 de setembro, às 16h, no Morumbi. E várias coisas me chamou a atenção com isso.

Quarta feira passada, no mesmo Morumbi, o mesmo São Paulo F.C. entrou em campo pelo campeonato Brasileiro contra o Fluminense. Vocês lembram quantos torcedores estavam presentes nesse dia? 7 mil testemunhas. E isso com a equipe entre os 4 primeiros na tabela. Agora, nesse milésimo jogo do goleiro pelo clube, o estádio irá lotar. Assim como lotou na apresentação daquele jogador que fracassou na última copa do mundo e que nem estreou ainda. A conclusão que eu tiro é que a torcida não está nem aí para o clube, para o time de futebol. Eles querem saber de festa. Um feito individual é muito melhor pra eles do que o clube em si.

Até estranho o Rogério Ceni não forjar uma contusão agora para poder fazer seu milésimo jogo contra o Corinthians, que será ainda esse mês. Mas aí ficaria muito na cara, né? Deixar pra fazer seu centésimo gol (na conta dele) contra o Corinthians já foi de bom tamanho. Ficaria uma festa muito sem graça se seu centésimo gol fosse contra um outro time qualquer. Bom, a festa foi feita. Porém ele nem sequer citou quando tomou seu milésimo gol da carreira em um jogo contra o Corinthians, né? Foi do Elias, em 2009, no primeiro jogo da semifinal que o Corinthians eliminou o SPFC do campeonato Paulista (o gol do Cristian, no final do jogo, foi o milésimo primeiro).

Ao meu ver, o Rogério é daqueles caras que se acham maiores que os clubes. Pra ele, o que importa é bater os próprios recordes pra depois poder dizer que foi o "maior da história". Uma pena que os torcedores caiam nessa. Ah, mas pra eles tá bom, né? O Rogério falhou feia numa final de Libertadores e entregou o título pro Inter, mas ele já havia ganho em 2005, então pra que ganhar de novo? A torcida acomodada acha que o bom é ter as Libertadores guardadas e depois pode perder a vontade. Afinal, isso é uma excelente desculpa para seus fracassos.