Por Fernando Cordeiro.
Faltando 3 anos para a Copa do Mundo no Brasil, o andamento dos estádios estão a marcha lenta. Mas, o que se vê na imprensa em geral são apenas notícias sobre o estádio do Corinthians, que será a sede paulista da copa, talvez a abertura. Vou mostrar, agora, como estão os outros estádios pelo Brasil, que a imprensa prefere esconder e apenas atacar o Corinthians. Vamos lá:
BELO HORIZONTE:
Estádio: Mineirão
Iniciada em maio a etapa de fundações para as arquibancadas inferiores
Projeto do arquiteto Gustavo Penna em colaboração com a alemã GMP, a modernização do Mineirão inclui construção de cobertura, vestiários e arquibancadas, estacionamentos e esplanada entre estádio e renovação do ginásio Mineirinho. O estádio terá 69 mil lugares.
Custo: R$ 743,4 milhões (estádio e esplanada)
Contrato: PPP (concessão por 27 anos)
Construtoras: Construcap, Egesa e Hap
Criticaram o custo do estádio do Corinthians, que será erguido do zero, que ficará em torno de 700 milhões de reais. Então, por que ninguém fala de uma reforma de um estádio já feito que custará 743 milhões? E mais: esse é um estádio público.
BRASÍLIA:
Maior parte dos pilares já está implantada. Segue o trabalho de rebaixamento do campo
O escritório Castro Mello Arquitetos e a empresa alemã GMP assinam o projeto de reforma da nova arena Mané Garrincha, que se transformará numa arena multiuso, com 71 mil lugares. Projeto inclui estacionamentos, apoio, vestiários, lojas e ampliação de arquibancadas.
Custo: R$ 671 milhões
Contrato: público
Construtoras: Via Engenharia e Andrade Gutierrez
Aí vai ser investido dinheiro público. Outro estádio que será reformado, e custará 671 milhões de reais.
CUIABÁ:
Obra está sete meses atrasada. Governo pensa em alterar modelo da cobertura para recuperar o tempo
A Arena Pantanal é um projeto premiado da GCP Arquitetos. Terá capacidade para 43.600 espectadores, com arquibancadas e cobertura desmontáveis. Poderá ter redução de até 30% da capacidade após o Mundial. O projeto tem uma série de recursos para atender à certificação Leed, de sustentabilidade.
Custo: R$ 342 milhões
Contrato: público
Construtoras: Santa Bárbara e Mendes Júnior
A obra está com atraso de 7 meses. Mas, na imprensa, ninguém cita isso.
CURITIBA:
Custo saltou de R$ 135 para 220 milhões em função de exigências da Fifa. Financiamento da obra continua indefinido
A modernização da arena curitibana é de responsabilidade da Carlos Arcos Arquitetura. Para as obras (construção do quarto lance de arquibancadas e da cobertura), o município liberou créditos de potencial construtivo de R$ 90 milhões para o Atlético-PR.
Custo: R$ 220 milhões
Contrato: privado
Construtora: não definida
Quase 50% a mais do que estava estipulado. Estádio privado, porém as obras continuam atrasadas.
FORTALEZA:
Demolição das arquibancadas inferiores começou no dia 31 de março de 2011
A reforma do Castelão, projeto do escritório Vigliecca & Associados, pretende também revitalizar o bairro do Passaré, em Fortaleza. Estádio terá 66 mil lugares, estacionamento, centro olímpico, piscina e ginásio multiuso, além de geração de energia eólica. Pretende receber uma das semifinais da Copa.
Custo: R$ 452,2 milhões
Contrato: PPP (concessão por oito anos)
Construtora: Consórcio Galvão, Serveng e BWA
O estádio de Fortaleza, o Castelão, segue dentro do prazo. Mas o preço de reforma ainda é alto.
PERNAMBUCO:
Obra está na fase de terraplanagem e fundações. Ministério Público questiona contrato da PPP
Localizada em São Lourenço da Mata, a 19 km do Recife, a nova arena foi projetada pelo escritório Fernandes Arquitetos Associados. Uma série de empreendimentos estão sendo concebidos para a região do entorno da obra. A arena terá 46 mil lugares e estacionamento para seis mil carros.
Custo: R$ 532 milhões
Contrato: PPP
Construtora: Odebrecht
Dentro do prazo.
MANAUS:
Com fundações concluídas, obra segue para instalação de bases da arquibancada inferior
A nova arena substituirá o estádio Vivaldo Lima (Vivaldão), em processo de demolição. O projeto é de autoria do escritório alemão GMP e inspira-se em elementos da cultura, fauna e flora amazonenses. A capacidade é de 44.310 pessoas.
Custo: R$ 499,5 milhões
Contrato: público
Construtora: Andrade Gutierrez
Dentro do prazo.
NATAL:
OAS fará as obras da futura arena, mas trabalhos ainda não começaram
Licitação foi concluída em 11 de março de 2011, com a escolha da construtora OAS para realizar as obras e gerenciar o estádio. Para isso a empresa contará com o apoio da Amsterdam Arenas. O projeto básico foi concebido pela empresa internacional Populous Architects. Licitação definirá o prosseguimento do projeto executivo. Arquibancadas flexíveis permitirão remover parte dos 45 mil assentos do estádio.
Custo: R$ 400 milhões
Contrato: PPP (20 anos de concessão)
Construtora: OAS
Estádio novo, ainda não iniciou as obras. Por que esse estádio, novo, ira custar 400 milhões, e outros estádio, que serão apenas reformados, custarão mais?
PORTO ALEGRE:
Estacas de sustentação dos pilares da nova cobertura começaram a ser instaladas em 29 de agosto de 2010
Projeto do escritório Hype Studio, a reforma do estádio portoalegrense compreende: cobertura metálica, suportada por 65 módulos de 23m em forma de asa, e capacidade de 60 mil lugares. Integra um projeto de renovação urbana em toda a região ribeirinha
Custo: em torno de R$ 270 milhões
Contrato: privado
Construtora: não definida
Dentro do prazo e valor dentro do esperado.
RIO DE JANEIRO:
Governo do Rio implantou terceiro turno de trabalho para manter cronograma em dia
Projeto da empresa pública Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro), a reforma do Maracanã compreende a redução da capacidade a 76 mil lugares, reconstrução da arquibancada inferior, geometria oval (para melhorar curva de visibilidade), 108 camarotes e acesso por rampa monumental.
Comprometimento da estrutura aumentou custo da obra em cerca de R$ 400 milhões.
Custo: perto de R$ 1,1 bilhão
Contrato: público
Construtoras: Andrade Gutierrez, Odebrecht e Delta
Hahaha! 1 BILHÃO DE REAIS por uma reforma de estádio? Bom, é no RJ, né?
SALVADOR:
Construção segue na fase de fundações. MP ameaça suspender empréstimo para as obras por falta de projeto executivo
A nova arena substituirá o estádio Fonte Nova (demolido), mantendo a geometria oval e abertura para o Dique de Tororó. Terá 50 mil lugares e três anéis de arquibancada, mas a capacidade poderá ser ampliada para até 65 mil, caso seja escolhido para a abertura da Copa. O projeto é do escritório Setepla Tecnometal e Schulitz+Partner
Custo: R$ 591 milhões
Contrato: PPP (concessão por 35 anos)
Construtoras: Odebrecht e OAS
Dentro do prazo, valor dentro do esperado, porém o empréstimo pode ser suspenso por falta de projeto executivo.
SÃO PAULO:
Terraplenagem teve início em 30 de maio, mas financiamento continua indefinido
Após o veto da Fifa ao estádio do Morumbi, a arena do Corinthians se tornou a opção de São Paulo para 2014. O projeto do escritório carioca CDCA prevê 65 mil lugares em área de 200 mil m² no bairro de Itaquera, na zona leste da cidade.
Custo: Entre R$ 650 milhões e R$ 1,07 bilhão
Contrato: privado
Construtora: Odebrecht
Se for mesmo custar 1 bilhão, isso será de dinheiro privado, e não público como o Maracanã. O financiamento, segundo a diretoria do Corinthians e a construtora, já está ok! As obras já se iniciaram e em dezembro de 2013 estará concluído.
(Fonte das informações: www.copa2014.org.br)
Perceberam? É fácil apenas ficar em cima de um estádio, só porque é do Corinthians. Enquanto a imprensa ficar nessa perseguição, os outros estádios ficam esquecidos e ninguém sabe como está. Vamos ficar de olho e fiscalizar para que nosso dinheiro não seja jogado no lixo, literalmente.
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